1 de fev. de 2012

A EDUCAÇÃO EM ARTES

Segundo Stori (2003, p. 46), para a criança, a atividade artística é dinâmica e unificadora, uma vez que o ato de desenhar, pintar, recortar, colar, modelar, dançar, cantar e "fazer de conta", constitui um processo complexo em que elas reúnem diversos elementos de sua experiência para formar um novo significado.
Partindo dessa premissa, entendemos que a arte apenas tem significado na educação formal, quando tratada para além de um conjunto de técnicas e sim como área de conhecimento humano, com conteúdos e significados próprios.
Para alcançar tais objetivos, as propostas devem se desenvolver na articulação dos três eixos de aprendizagem em arte: apreciar, conhecer e produzir.

Mitos e consequenciais sobre a criança e o ensino de arte:

As abordagens em relação à arte e ao seu processo de ensino são complexas pela natureza simbólica e sensível inerente à especificidades dessa linguagem, motivo que gerou alguns mitos sobre suas possibilidades de ensino e aprendizagem.

MITO 1: ARTE É DOM.
Ainda persiste a ideia romântica da obra de arte como resultado de forças invisíveis, capaz de ser gerada apenas por mentes iluminadas por uma força desconhecida, portanto, inexplicável.
Essa concepção desconsidera a atividade intelectual do produtor de arte e é um dos principais motivos da falta de planejamento didático para as aulas de artes.
Todo ser humano é capaz de expressar-se por meio da linguagem artística, desde que tenha contato com produções artísticas e todos os aspectos que a envolvem.

MITO 2: A CRIANÇA FAZ ARTE NATURALMENTE
Há uma exagerada valorização do caráter espontâneo da criança em relação ao desenvolvimento artístico.
Nasce daí a ideia de que "ensinar artes" prejudica a livre expressão das crianças.
Essa noção é responsável, entre outros fatores, pela descaracterização da área em relação às demais disciplinas do currículo escolar. Quando as crianças desenham, compõem estruturas com objetos diverso, imitam cenas do seu universo real ou imaginário e exploram as possibilidades sonoras de objetos diversos, vive experiências essenciais para o conhecimento em arte, porém essas ações lúdicas não podem ser confundidas com intenções, conhecimentos e produções artísticas.

MITO 3: PARA ENSINAR ARTE, É NECESSÁRIO SER ARTISTA.
O fato de ser ou não ser artista não garante o desenvolvimento de ações pedagógicas efetivas no ensino de arte.
Para ensinar arte, é necessário o mesmo tipo de conhecimento para ensinar as outras disciplinas: conhecer as fases de desenvolvimento sociocognitivo da criança e estar atualizado na área de conhecimento em questão.
As diversas experiências levam ao conhecimento de todas as áreas e as noções preliminares do conhecimento artístico podem ser orientadas pelo professor polivalente, desde que ele tenha noções essenciais sobre a área.

MITO 4: ATIVIDADES ARTÍSTICAS SÃO ÚTEIS PARA REFORÇAR CONTEÚDOS DE OUTRAS MATÉRIAS.
De modo geral, desconsidera-se ou se desconhece os conteúdos específicos das artes e sua função educativa como parte integrante da formação global da criança.
Essa desconsideração inibe a atenção e o acompanhamento da evolução cognitiva da criança em relação aos conteúdos específicos de arte e impede que o educador se ocupe em desenvolver estratégias para que o estudante rompa os limites da livre expressão rumo ao conhecimento em arte.


Créditos de texto: Ivete Raffa e Márcia Regina da Silva - " Artes plásticas - primeiros passos" , Livro 1 - Editora Giracor, 2009

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